Estou em São Paulo, numa locadora de carros, e pretendo alugar um Corolla para ir até ao Rio de Janeiro. Vou hoje, fico no Rio amanhã e volto para São Paulo depois de amanhã. Na locadora encontro um grande amigo e temos o seguinte diálogo:
“- Gustavo, o que está fazendo aqui, nessa locadora?
– Alugando um carro!
– Você vai para onde, Gustavo?
– Para o Rio de Janeiro, meu amigo!
– E quando volta do Rio?
– Depois de amanhã!
– Que carro vai alugar?
– Um Corolla.”
Nessa história, temos todos os elementos de uma Parceria Estratégica de sucesso. Vamos ver?
1 – Objetivo comum. Observe que tanto eu quanto o Gustavo temos o mesmo objetivo: ir para o Rio de Janeiro;
2 – Relação ganha-ganha. Se eu e meu amigo alugamos o carro juntos, atingimos o objetivo reduzindo o custo pela metade;
3 – Princípios, crenças e valores comuns. Como somos amigos, acreditamos nas mesmas coisas. Isso reduz o risco de conflitos;
4 – Competências essenciais complementares. Ser complementar quer dizer ser diferente. Ambos jogam no mesmo time, mas um é goleiro e o outro é atacante. Se somos diferentes, vemos o mundo de formas diferentes. Nesse caso, o respeito pelo ponto de vista do outro é fundamental para o sucesso da parceria;
5 – Visão compartilhada de futuro. Imaginamos o mesmo futuro que queremos ter. Ainda em São Paulo, temos em nossas mentes a imagem poderosa do Cristo Redentor, do Corcovado e do cheiro do mar. Ainda não chegamos, mas já visualizamos como é estar lá;
6 – Estratégia individual coerente com a estratégia do grupo. Estratégia é um padrão, isso é, coerência de comportamento ao longo do tempo. Tanto eu quanto o Gustavo teremos comportamentos previsíveis durante a viagem. Nada de surpresas;
Casamentos são parcerias estratégicas. Observe que nos casamentos bem-sucedidos esses elementos estão sempre presentes. Sociedades também são parcerias estratégicas, devemos estar atentos aos itens apresentados acima, antes de partir para a assinatura do contrato.
Contratos são rituais que devem existir porque as pessoas, ao longo do tempo, esquecem o que foi combinado. As pessoas crescem para lados diferentes. Se não tem um contrato, então, tudo está valendo. Assim, para evitar problemas futuros, faça o seguinte:
A – Quando for criar uma sociedade, uma clínica de grupo ou até mesmo contratar funcionários, deixe bem claro o que você espera de cada um, qual o seu papel e o papel dos outros ANTES de iniciar as atividades. É fundamental que tudo esteja claro e que todas as expectativas estejam ajustadas;
B – Numa sociedade, ainda na fase de planejamento, peça para que cada um escreva, em forma de itens, como pensa que deve ser a sociedade, o capital social e o papel de cada um, as normas e regras de funcionamento, o sistema de remuneração, as retiradas, o rateio dos gastos, o uso do estacionamento, a sucessão em caso de morte ou afastamento e tudo o mais que possa ser fonte de conflitos no futuro. Debata esses temas exaustivamente em quantas reuniões forem necessárias;
C – Após as reuniões crie um documento, aprovado por todos os sócios. O contrato, que deve ser assinado por todos, deve ser analisado pelo melhor advogado que o seu dinheiro puder comprar. Se tudo correr bem, esse contrato jamais será utilizado.
Agora, se você tem marca, know-how, capital e força de trabalho, não precisa de sócios. Revendo a história com o meu amigo Gustavo na locadora de carros:
“- Para onde você vai, Gustavo?
– Belém do Pará”.
Por mais amigos que sejamos, não vai ser possível a sociedade. Eu tenho um objetivo e o Gustavo tem outro. Eu quero ir para o Rio de Janeiro e ele para Belém. Nesse caso, uma sociedade certamente levaria a perda da amizade.
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